"...o Sol da Glória se levantou acima do horizonte de Minha Revelação e envolveu com seu esplendor a humanidade inteira".

Bahá’u’lláh

quarta-feira, 13 de abril de 2011

"A Terra e um so pais e os seres humanos seus cidadaos"

JAPÃO 
por Monja Coen

Quando voltei ao Brasil, depois de residir doze anos no Japão, me incumbi da difícil missão de transmitir o que mais me impressionou do povo Japonês: kokoro(心).
Kokoro ou Shin significa coração-mente-essência.
Como educar pessoas a ter sensibilidade suficiente para sair de si mesmas, de suas necessidades pessoais e se colocar à serviço e disposição do grupo, das outras pessoas, da natureza ilimitada?
Outra palavra é gaman(我慢): aguentar, suportar. Educação para ser capaz de suportar dificuldades e superá-las.
Assim, a tragédia de 11 de março, no Nordeste japonês, surpreenderam o mundo de duas maneiras.
A primeira pela violência do tsunami e dos vários terremotos, bem como dos perigos de radiação das usinas nucleares de Fukushima.
A segunda pela disciplina, ordem, dignidade, paciência, honra e respeito de todas as vítimas.
Filas de pessoas passando baldes cheios e vazios, de uma piscina para os banheiros.
Nos abrigos, a surpresa das repórteres norte americanas: ninguém queria tirar vantagem sobre ninguém. Compartilhavam cobertas, alimentos, dores, saudades, preocupações, massagens. Cada qual se mantinha em sua área. As crianças não faziam algazarra, não corriam e gritavam, mas se mantinham no espaço que a família havia reservado.
Não furaram as filas para assistência médica – quantas pessoas necessitando de remédios perdidos- mas esperaram sua vez também para receber água, usar o telefone, receber atenção médica, alimentos, roupas e escalda pés singelos, com pouquíssima água.
Compartilharam também do resfriado, da falta de água para higiene pessoal e coletiva, da fome, da tristeza, da dor, das perdas de verduras, leite, da morte.
Nos supermercados lotados e esvaziados de alimentos, não houve saques. Houve a resignação da tragédia e o agradecimento pelo pouco que recebiam. Ensinamento de Buda, hoje enraizado na cultura e chamado de kansha no kokoro(感謝の心): coração de gratidão.
Sumimasen(すみません) é outra palavra chave. Desculpe, sinto muito, com licença. Por vezes me parecia que as pessoas pediam desculpas por viver. Desculpe causar preocupação, desculpe incomodar, desculpe precisar falar com você, ou tocar à sua porta. Desculpe pela minha dor, pelo minhas lágrimas, pela minha passagem, pela preocupação que estamos causando ao mundo. Sumimasem.
Quando temos humildade e respeito pensamos nos outros, nos seus sentimentos, necessidades. Quando cuidamos da vida como um todo, somos cuidadas e respeitadas.
O inverso não é verdadeiro: se pensar primeiro em mim e só cuidar de mim, perderei. Cada um de nós, cada uma de nós é o todo manifesto.
Acompanhando as transmissões na TV e na Internet pude pressentir a atenção e cuidado com quem estaria assistindo: mostrar a realidade, sem ofender, sem estarrecer, sem causar pânico. As vítimas encontradas, vivas ou mortas eram gentilmente cobertas pelos grupos de resgate e delicadamente transportadas – quer para as tendas do exército, que serviam de hospital, quer para as ambulâncias, helicópteros, barcos, que os levariam a hospitais.
Análise da situação por especialistas, informações incessantes a toda população pelos oficiais do governo e a noção bem estabelecida de que “somos um só povo e um só país” *
Telefonei várias vezes aos templos por onde passei e recebi telefonemas. Diziam-me do exagero das notícias internacionais, da confiança nas soluções que seriam encontradas e todos me pediram que não cancelasse nossa viagem em Julho próximo.
Aprendemos com essa tragédia o que Buda ensinou há dois mil e quinhentos anos: a vida é transitória, nada é seguro neste mundo, tudo pode ser destruído em um instante e reconstruído novamente.
Reafirmando a Lei da Causalidade podemos perceber como tudo está interligado e que nós humanos não somos e jamais seremos capazes de salvar a Terra. O planeta tem seu próprio movimento e vida. Estamos na superfície, na casquinha mais fina. Os movimentos das placas tectônicas não tem a ver com sentimentos humanos, com divindades, vinganças ou castigos. O que podemos fazer é cuidar da pequena camada produtiva, da água, do solo e do ar que respiramos. E isso já é uma tarefa e tanto.
Aprendemos com o povo japonês que a solidariedade leva à ordem, que a paciência leva à tranquilidade e que o sofrimento compartilhado leva à reconstrução.
Esse exemplo de solidariedade, de bravura, dignidade, de humildade, de respeito aos vivos e aos mortos ficará impresso em todos que acompanharam as tragédias que se seguiram a 11 de março.
Minhas preces, meus respeitos, minha ternura e minha imensa tristeza em testemunhar tanto sofrimento e tanta dor de um povo que aprendi a amar e respeitar.
Haviam pessoas suas conhecidas na tragédia?, me perguntaram. E só posso dizer : todas. Todas eram e são pessoas de meu conhecimento. Com elas aprendi a orar, a ter fé, paciência, persistência. Aprendi a respeitar meus ancestrais e a linhagem de Budas.
Mãos em prece (gasshou) 合掌
Monja Coen

* principio Bahai: "a terra eh um soh pais e os seres humanos seus cidadaos"

domingo, 10 de abril de 2011

A Vida de Abdul-Baha

Abdul-Baha nasceu na mesma noite em que o Bab declarou Sua Missao em 1844, e morreu em novembro de 1921, aos 77 anos. Baha’u’llah educou Abdul-Baha para desenvolver todas as qualidade de um verdadeiro bahai. Ele foi o presente mais precioso jamais dado a humanidade: Abdul-Baha é o exemplo perfeito para todos os bahais, por meio de Quem nos aprendemos as qualidades espirituais como amor, bondade e paciência, as quais Baha’u’llah quer que toda a humanidade tenha.

Depois do passamento de Baha’u’llah, a responsabilidade para com toda a comunidade bahai caiu sobre Seus ombros, e Abdul-Baha trabalhou dia e noite para espalhar a Fe através do oriente e do ocidente. Ele escreveu milhares de epístolas para individuos e grupos em todos os lugares e esclareceu os Ensinamentos de Seu Pai. Suas interpretações são, agora, uma parte essencial dos Textos Sagrados da Fe Bahai.

Focando em Abdul-Baha como o Centro do Convenio de Baha’u’llah, os bahais do mundo permaneceram unidos em seus esforços para viver a vida bahai e para criar uma nova civilização.

terça-feira, 5 de abril de 2011

Amizade e fraternidade

A segunda Boa-Nova

É permitido que os povos e raças do mundo se associem uns com os outros jubilosa e radiantemente. Ó povo! Convivei com os seguidores de todas as religiões em espírito amistoso e fraternal. Assim o sol de Sua sanção e autoridade resplandeceu acima do horizonte do decreto de Deus, Senhor dos mundos.